sábado, abril 28, 2007

Cá estamos.

Hoje vou falar-vos sobre os problemas do meu teclado. É um tema como outro qualquer e faz algum tempo desde a última vez que este blog teve o prazer de ler algo escrito pelas verdes folhas deste verde agriao, por isso os queixumes terão que ficar de lado. (mais tarde perceberão a dificuldade em escrever miNhas, Não, teNho ou qualquer outra palavra de que N faça parte.)

Esta situação já se arrasta há varios meses. Tudo começou com um simples piscar de luzes, uma ligeira ameaça de má ligação do teclado com o computador. Essa má ligação cada vez ficou pior, até que chegámos ao dia em que o teclado só trabalha em certa posição e, se sair dela, temos a promessa de meia hora a ajeitar o pobre fio, o que se revelou exímio para aqueles com quem falo pelo computador (todos adoramos esperar meia hora por uma resposta, sem saber se a pessoa com quem estamos a falar está). Caia eu em erro e pouse algum livro em cima do fio e PUFF já está: meia hora. Ou quiçá um cd, um copo, ou até mesmo uma folha de papel... PUFF: meia hora.
Qualquer dia vou cobrar ao meu irmão todas as meias horas de vida que já perdi a ajeitar esta @£@! de teclado e ele vai chorar.

Mas, caros amigos... Fossem estas todas as maleitas deste mágico acessório e eu seria uma mulher feliz... Jamais! Há uma maleita, a mãe de todas as maleitas, aquela que faz com que o meu cérebro mirre a olhos vistos! É que para escrever N sou obrigada a procurar um martelo e aplicar toda a força dos meus braços sobre a tecla (o que demora algum tempo e é um bocado chato). Ora isto obriga-me a esmifrar a cabeça em busca de palavras sem a letra N para me exprimir (reparem que N só foi utlilizado como N, salvo em miNhas, Não e teNho).

E é assim a vida de quem tem irmãos que vieram depois ( e que são bestas).

È triste, mas é assim.

(optei por ocultar o facto de cairem coisas esquisitas ao virar o teclado... é demasiado humilha... co... merda e um adjectivo destes sem N?)


PS : http://www.youtube.com/watch?v=_ojSMLLjsCg --» já foi mais difícil ficar assim...

quinta-feira, abril 26, 2007

Meat


Um hambúrguer por mês.
Não, uma visita ao MacDonalds por mês...
Sim, uma visita ao MacDonalds por mês, independentemente do que lá coma. Isso inclui os MacFlurry’s, os MacSundays, as tartes de maçã, os Mcnuggets e todos os outros filhos de Lucifer, o filho da Manhã.
Não tem de ser complicado, em termos racionais até é o mais plausível, vamos ver se resulta.
Objectivo final: banir a fast food da minha alimentação regular num período de 3 anos, tornando-a numa refeição rara.

Razões para o fazer? Difícil é encontrar razões para não o fazer.

Se valorizamos realmente o lado racional do bicho homem, o mesmo que andava a fazer tags nas cavernas do Alqueva e que agora as faz por detrás da sede da TMN, então por esta altura já seríamos todos vegans, ninguém usaria cabedal excepto os Fonzie impersonaters e ninguém, (repito), ninguém aumentaria o buraco do ozono só para ter o cabelo como a Farrah Fawcett.
Nenhuma destas coisas aconteceu - pelo menos a nível generalizado - por isso a solução para o problema reside infelizmente nas acções pessoais e, mais infelizmente ainda, na consciência humana. Já referi a Moda? Não? Então na Moda, também.

Bem, não me quero atrever muito nesse assunto, mas eu não me lembro nunca de ter ouvido falar de terroristas com problemas de consciência: se não virmos as nossas acções como más, ou como prejudiciais para o Mundo em geral, então dificilmente a nossa consciência irá dar alerta algum! Por isso, sempre que entrar num MacDonalds, terei de me interiorizar de factos e só eles se poderão pôr entre mim e o cheeseburguer a 1 euro.

Nutrição
- O ser humano é omnívoro, o que não significa que a sua dieta terá obrigatoriamente de conter carne e vegetais, significa sim que ele pode consumir ambos.
- A nível nutritivo, a carne está cheia de coisinhas boas, mas todas elas podem ser encontradas noutro tipo de alimentos.
- A carne está cheia de coisinhas más, para além da gordura.
- Podemos sobreviver somente do consumo de vegetais e outros que tais, mas o sonho de uma dieta à base de picanha não passa disso mesmo. (chuif)
- Mummy says it all the time- "Eat your veggies!!"

Valores
- Nunca se consumiu carne como agora. Todos os dias, milhares de seres vivos conscientes são transformados em toneladas de carne que excedem em muito a procura do mercado, grande parte dela acabando por apodrecer antes de chegar a algum lado.
- As condições de abate são as conhecidas. A criação de animais mutantes para satisfazer determinada necessidade de determinada companhia é simplesmente atroz.
- Qualquer animal carnívoro mata para sobreviver. Nós não só não entramos nessa categoria, como desenvolvemos toda uma indústria á volta dessa matança. Os meus valores pessoais consideram o Ser Humano mais um animal entre outros, diferente apenas por ter compensado a sua fraca adequação ao meio pelo desenvolvimento das suas faculdades mentais. O cliché assegura-se: "Com que direito então...?"
- Maybe Meat is Not Murder, but too much meat is definitly controlled genocide.

Política
- Ao consumirmos um hamburguer na Tasca do Ronald estamos a contribuir, directa ou indirectamente, para o excesso de consumo de carne no mundo ocidental; para a continuidade dos maus hábitos alimentares; para assegurarmos a obesidade como a segunda causa de morte evitável no mundo ocidental, depois do tabaco; para a exploração de milhares de empregados em todo o mundo e para o aprofundamento do fosso entre ricos e pobres; para o alastramento ao resto do mundo de um domínio sem rival da face mais negra do capitalismo; para a desflorestação do globo e, portanto, para o aquecimento global; para o desaparecimento dos pequenos restaurantes locais; para a exoticação da alimentação saudável, como coisa para um dia especial, pois nós os pobres não podemos comer bem todos os dias...
- Se me convencerem que o Director Geral da MacDonalds Inc. se alimenta com os seus produtos, então nesse dia provo o Mc.Bacon, esse clássico que me tem escapado estes anos todos.

Apesar de ter sido gritado em todo o lado e até à exaustão, cada vez levo mais a sério aqueles versos do Billy Corgan :"Despite all my rage, I'm still just a rat in a cage". Quase nenhum dos detergentes que uso em casa são bio degradáveis, continuo a fazer imenso lixo, recuso-me a ir prás ruas lutar contra seja o que for, não gasto dinheiro para me manter informado, fecho os olhos à Somália e ao Iraque.
Afinal, se eu digo estas coisas todas, de que estou eu à espera para me tornar vegetariano (ou mesmo vegan)? Se é pra fazer as coisas, porque não fazê-las bem feitas? E mesmo que me tornasse vegetariano nos próximos 5-10 anos, não estaria a remar corajosamente contra a maré! - O vegetarianismo e seus derivados estão na moda, a indústria macrobiótica está a explodir, a consciência ecológica está como nunca esteve! NÃO ESTARIA A FAZER NADA DE ESPECIAL!
Mas então porquê tanta reserva?

A razão é simples: Picanha.

sexta-feira, abril 20, 2007

Post sobre posts

Visto que agora está na moda escrever posts sobre tudo porque não escrever posts sobre posts?

Ora este pretende ser um post meramente desprovido de sentido, tal como todos os outros que eu faço, contudo, este leva a inutilidade da existência postiana a um esplendor máximo, a uma altura nunca jamais atingida por nenhum outro, nem sequer inigualável por nenhum outro comum mortal post e desafio desde já a que encontrem um post tão inútil quanto este. Claro que a resposta ao desafio terá de ser enviada para o apartado 502, Falagueira sul, com um aviso de recepção, numa carta registada, num envelope de 21 gramas, numa folha A4, com o vosso carimbo branco pessoal, devidamente datada e com os vossos dados pessoais mínimos, tais como nome completo, nome dos pais de casados e solteiros, morada, n.º da segurança social, do SNS ou ADSE (as pessoas que possuam outros regimes terão de preencher o formulário 51/82 da portaria de 15 de Maio de 1987), NIB, n.º do BI ou de carta de condução, eventualmente passaporte (reparem como não deixámos os emigrantes de fora, apesar deles após alguns dias de permanência só desejarem nunca ter estado dentro), nome dos vossos animais de estimação com os seus devidos grupos sanguíneos e é claro, last but not the least, o vosso boletim de vacinas devidamente actualizados.

A inutilidade será imensurável, observem como eu já escrevi, e passo a contar, 239 palavras. Espero que esteja bem contado porque não me apetece contar palavras o que é extremamente atrofiante para o meu cérebro que começa a achar estranho contar palavras e ler números quando deveria ser o inverso. Se duvidem, experimentem, contem as palavras até ao 239 e tentem ler este número 1000100010.

Como não poderia deixar de ser terei de fazer uma breve introdução ao post. E é claro terei de ir à etiologia da palavra. Ora muito bem, post do inglês, cuja brilhante tradução para português é POST. (Gostaram??? Foi muito profundo! Como devem imaginar horas e horas de pesquisa googleianas ter-me-iam dado uma explicação bem culta e intrincada mas eu preferi, por algum motivo alheio ao meu pensamento racional, escrever esta trampa de significado).
Claro que se tentarmos arranjar um equivalente em português o resultado seria desastroso, eu própria tive a pensar no assunto 5 segundos e meio e não consegui encontrá-lo. Pensei em nota, mas depois lembrei-me dos post its e fica um bocado estranho. Pensei também em afixar, cujo substantivo correspondente seria afixo, o que parece ainda mais estranho… ah e tal vou fazer um afixo. Fiquemo-nos pela versão original.

É claro, que como boas pessoas que somos, teremos imediatamente de usar este estrangeirismo tanto quanto possível na nossa língua, se possível estragar-lhe todo o significado original, dizê-lo de várias e estranhas maneiras diferentes e inventar verbos, adjectivos, interjeições, etc alusivos a este. Assim, quando nós fazemos um post estamos a POSTAR. O melhor exemplo que me lembro que tão bem representa a nossa capacidade de destruir palavras é talvez o scan. Fazer um scan em português já foi chamado de scanar, escanar, scanear ou escanear, mas nunca de digitalizar. Tal como imprimir – printar ou o GAP aniónico – buraco aniónico.

Adoramos postar, falar de tudo o que nos vem à mente, escrever sobre nós, os outros, a vida, a morte, o amor, coisas completamente irrelevantes quando comparadas com este supremo post (reparem novamente que não somente ainda não disse nada de jeito, como ainda não falei sobre posts).

Vamos então lá falar de posts! A verdade é que não há nada para falar de posts, como eu aliás já tinha pensado quando comecei a escrever este post e como tal o meu post acaba por aqui.

Espero que tenham amado tanto quanto eu este post sobre posts em que na frase anterior falei brilhantemente do contributo do post para a formação da nossa identidade socio-cultural e todas as suas ideossincrasias subjacentes, ténues mas patentes e fundamentais para justificar a existência do ser. Despeço-me com a não menos brilhante frase, que eu insistirei que não caia na memória colectiva do esquecimento: beijinhos, abraços e muitos palhaços!!!

Actores!!!


Meus, sabem aqueles vossos amigos que já entraram numa ou outra peça e que não se chamam actores mas sim artistes? Sim, esses dos óculos de massa e/ou da saia gigante colorida, do tabaco de enrolar de marcas obscuras, das conversas sobre Comércio Justo entre bafos de axe...
És um deles?
Pois WE NEED YOU!!

A nossa Atopos está à procura de 6 mancebos e mancebas para uma curta metragem, a ser rodada de 1 a 7 de Maio na Covilhã. Viagem, alojamento, charros e roupa interior lavada estão assegurados, mas é favor contactar-me o mais depressa possivel- SIM, o tempo urge!

De notar que se trata de um filme de faculdade, pelo que não esperem pagamento, mas esperem muita experiência e mais um sorriso no Curriculum.

Se ainda não tiveram coragem de falar com aquele vosso amigo, porque se esqueceram de ir à estreia daquela peça manhosa naquele teatro obscuro, é chegada a hora de reatar! AnitaVaiAoMel promove a amizade.

quarta-feira, abril 18, 2007

O sonho de um Pirilampo Mágico





Eu sou um Pirilampo Magico. Que voo até ao principio da lua e me perco no seu fim. Que mergulho no fundo do mar mas não me afogo, porque sou mágico, e porque resisto à inexistencia de ar na lua. A minha missão é iluminar o caminho dos mongolóides. Peço perdão por tal comentário prejurativo, mongos não, pessoas que sofrem da síndrome de Down, Trissomia 21. Pois essa palavra pode ofender indivíduos lá do pais da Mongólia. E o que nós, os pirilampos mágicos, não queremos é conflitos. Eu sou comprado por pessoas que gostam de ajudar os trissémicos vinte e uns (mongos, mas não da Mongólia). Somos uma companhia para elas, nos carros, casas, em todos os lados estamos pendurados a mostrar aos outros que essas pessoas gostam dos mongos. Além disso brilhamos quando as luzes se apagam. Todos os anos reunimos celebridades que cantam connosco e apelam à nossa compra. Porque um sorriso dum mongo (T21) vale todos os cêntimos gastos.

Eu tenho um sonho, o de acabar com todos os mongos do planeta! Tal como Hilter sonhou em aperfeiçoar o Ser humano... Desculpem, não estou a dizer para exterminar todos os mongos, estou a dizer para todos vós comprarem cada vez mais Pirilampos Mágicos, para que o dinheiro ajude a que seja descoberta a cura deste síndrome e que já não nasçam mais mongos, e então deixem de existir mongos neste nosso planeta...

Todos juntos: OÁSIS!


O calor voltou. As roupas diminuíram, os egos emanciparam-se da razão e os escassos espaços verdes da cidade enchem-se para o provar. O jardim da Gulbenkian ( todos juntos: OÁSIS!!) está salpicado de tops e maus calções, de putos para quem ninguém tem paciência quando o sol está bom. O verão na cidade é cansativo... e eu adoro.


É por isso que estar a escrever este post numa sala de computadores da faculdade é mais trágico. Vocês, a quem a vida sorriu e que têm net em casa, provavelmente desconhecem este tipo de lugares - talvez tenham passado muito ao de leve pelo lugar para ir reservar uma sala de grupo - mas nunca pararam para veslumbrar o nicho pois nada vos diz, embora uma luzinha no vosso interior se sinta segura ao saber que, caso haja necessidade, eles cá está, e não parece assim tão mau...
Desenganem-se meus lindos, há uma razão pela qual os acessos a essas salas são sempre tão manhosos: como um labirinto gregono meio da cidade que esconde um terrível monstro que envergonha a população - ou talvez alguém adepto de meias brancas - as salas de computadores escondem-se por detrás do edifício principal, por detrás de um longo corredor, por detrás das casas de banho, por detrás de um funcionário com uma t-shirt do Hard Rock Café gasta e como bastante relevo na zona do umbigo... No meio do grotesco labirinto, uma sala feia. E quando digo feia digo Ferreira Leite feia, digo verruga no sobrolho, digo Cavaco com o fato de banho do Borat. A sério, entrar na sala sem cuspir é um teste de carácter e, a avaliar pela quantidade de gosmas no balde à entrada, não deve esperar muito de quem estuda ciências sociais e comunicação (mas não é preciso um balde cheio de nhanha pra vos dizer isso, right?

A primeira coisa que se aprende quando se é obrigado a frequentar estas espeluncas é que nunca há computadores suficientes. Aliás, até pode haver, mas das duas uma: ou não têm monitor, ou não têm rato. Por vezes até falta o teclado mas é mais raro, pois é mais difícil de roubar - não perguntem acerca dos monitores, vocês não querem saber e eu também não.
Enquanto esperamos pela nossa vez de utilizar as poucas máquinas funcionais, há tempo (muito) para olhar o espaço com mais atenção: Os nossos olhos são indefesos perante as cores berrantes dos cartazes afixados em absolutamente todos os cantos limpos da sala, que falam inanidades utópicas sobre a proibição de comer ou beber, falar ao telemóvel, falar alto e usar "programas de chat". Quando alguém se levanta da cadeira o nosso coração bate mais depressa, mas enquanto observamos a pessoa a abandonar o Messenger para gritar para o seu telemóvel que a sandes que está a comer já é de ontem, perdemos a esperança.

A perseverança é a característica chave dos nativos: o importante é não abandonar a fila de espera, pois é certo que esse será o momento em que aquela gaja chata da turma de Sociologia se vai embora, deixando o lugar livre. Aquele cu gigante está sentado em ouro puro!

Estamos finalmente sentados e contemos brados de júbilo, mas o humor muda quando olhamos para o teclado: a barra de espaços parece gritar a cada batida, o delete não está onde devia estar e, com alguma atenção, podemos notar uma pequena cultura de cogumelos a crescer saudável entre o S e o F.
Tudo bem, é melhor que não ter.
Clicamos no IE do desktop (inundado de ficheiros com nomes como "Situando a Sociologia -Politica" e "Fotografias de Mulheres Africanas") e somos automaticamente direccionados para o blogue da última pessoa que cá esteve, que nos fez o favor de meter as suas escrituras tão essenciais como home do browser.
Sairíamos rapidamente para as páginas que nos interessam, mas a velocidade é tão má que temos tempo para ler todo o blogue enquanto o site carrega.
Ler faz bem.

Nestes tempos de loading, cedemos sempre à tentação de olhar à volta - temos mesmo que saber, não é?
Nunca aprendemos: a comunidade cabo-verdiana, sempre em grande nesta sala, troca pareceres em crioulo, assumindo provavelmente que toda a gente é ou devia ser falante; ao meu lado o Carlos, de quem se diz que nasceu aqui, vê pornografia barata num monitor cor-de-rosa; os italianos vão escrevendo o máximo de mails possíveis numa hora, tirando a intervalos médios de 5 minutos mais uma peça de roupa... e mais uma, ... e mais uma, ... e WOW! Volta-se ao nosso mundo e o site está longe de ter carregado. Tudo bem, a derrota faz parte da vida, o que importa é competir, pelo que abandonamos a sala não sem algum arrependimento, mas para gáudio do infeliz que tanto esperou pelo nosso lugar.

Lá fora o Sol atordoa e ouvimos os passaros cantar pela primeira vez em semanas. Os prédios irradiam luz e cor, os automóveis não são assim tão barulhentos e o cheiro da gasolina até desperta. Uma ida à Gulbenkian (todos comigo: OÁSIS!) é material de sonhos e descobrimos que, afinal, somos bem felizes como citadinos.
Como o menino que, quando liberto da arca frigorífica avariada em que se tinha trancado a jogar às escondidas, olhou a lixeira e achou-a colorida...

quinta-feira, abril 12, 2007

SPAM on da go!!!



Gente, give it up. Criem uma conta no google, é só seguirem as instruções. Eu sei, eu sei, as corporações...

quarta-feira, abril 04, 2007

O amor nunca deve ser escondido!

Isto estava algures no meu carro. Era um bilhetinho (sim porque era mesmo mínimo, recortado à medida). Passo a transcrever:

“ Pa ñ te queixares que eu só te escrevo na net … eheh
Bjokas fofas :)
Fabíola

P.S. – CUIDADO C/O MI!!!Ele é MTO gay!”

Como isto não deve ser pra mim, presumo que seja uma mensagem de amor, denotando aqui já uma relação intensa e escaldante entre a Fabíola e o Kadgi. Dissequemos.

Observem o tom carinhoso inicial, “pa ñ te queixares que eu só te escrevo na net… eheh”. Daqui podemos ver que o kadgi passa a sua vida a se lamuriar qual apaixonado que mal consegue esperar que a sua amada lhe escreva. Os minutos passam como horas e os segundos como dias. Lá está ele à sua varanda com vista para... os prédios da frente a suspirar, com os seus 12 relógios de pulso a ver se por alguma descontinuidade espaço-tempo, a hora de reencontrar o seu docinho de coco chega mais cedo.

O eheh, mostra-nos alguma culpa da parte da Fabíola, por não poder dedicar mais tempo ao seu biscoitinho de mel. Porque não consegues estar com ele Fabíola? Será que é uma questão que fazes a ti mesma à meses, ecoando no silencio da escuridão, em todas as noites que passam afastados? Ou será que o estavas a evitar por algum motivo mais profundo, talvez algum segredo temível que não queiras revelar?

De qualquer modo, valeu a intenção e o arrependimento é claramente demonstrado por este, à primeira vista inocente e simples bilhete, que sob um olhar mais atento é na realidade uma inteira alegoria ao amor.

Observem a despedida romântica, doce e suave – “Bjokas fofas :)”.
Não apenas umas bjokas quaisquer, como se o seu pauzinho de canela (kadgi) fosse um qualquer. Não! Este pauzinho de canela não mexerá um café alheio, apenas o seu torrãozinho de café, que dá pelo nome de Fabíola.

O smiley :) remete-nos para toda a comoção, todos os profundos sentimentos à muito guardados e que não poderão permanecer mais um segundo sequer no desconhecimento, já não podem ser contidos, têm que ser tornados públicos, nem que seja por um aparente esquecimento de um qualquer bilhete num carro alheio. Meus amigos, não poderiam ter escolhido melhor pessoa que eu para interpretar os vossos verdadeiros sentimentos.

Quanto à última parte “CUIDADO C/O MI!!! Ele é MTO gay!”, confesso que me deu algumas dores de cabeça e ainda não decifrei completamente o código contudo, tenho algumas hipóteses bem válidas.

a) Meu Irmão. Talvez a Fabíola tenha um irmão terrível, com um historial de drogas, assaltos a bancos, homicídio e adquiriu na cadeia ou quem sabe cá fora, esses hábitos gays.

b) Misterioso Inimigo. Alguém que volta e meia confude o esquema a este casal de pombinhos, enviando bilhetes falsos, e até usando outras tácticas mais manhosas, sendo o responsável por este terrível afastamento do nosso parzinho amoroso.

c) MI poderá ser Michael Jackson (MI de MIchael). Ele é muito gay, pois já calculávamos que sim e temos de estar sempre atentos.

d) MI será o inverso de I’m. É a personalidade oculta da Fabíola que volta e meia aparece, é na realidade um gajo de 25 anos que como já sabemos é difícil de distinguir da verdadeira Fabíola, tendo o kadgi de ter muito cuidado. Como for, alguma destas hipóteses, ou quem sabe, um misto de várias terá de ser sem sombra de dúvidas a real.

Força apaixonados, o blog está com vocês!