sexta-feira, dezembro 22, 2006

Quando o frio é património


Quando o frio é património, a coisa é séria.

Quando o frio é património, a geada parece ridícula e esperamos com ansiedade a neve, porque ao menos é mais giro.

Quando o frio é património, gastamos 7 euros a comprar galochas para descobrirmos depois que elas são maiores que nós.

Quando o frio é património, as pessoas dizem coisas como "o frio de cá é melhor que o de Travanca".

Quando o frio é património, os aquecedores são obsoletos, apesar de optimos para aquecer o creme para as mãos que congelou na noite anterior.

Quando o frio é património, o Presidente da Junta entra pelo nosso quarto adentro para usar o computador, seguido de 2 cães que fazem a festa junto à nossa almofada.

Quando o frio é património, isto não nos assusta.

Quando o frio é património, enchemos alheiras e chouriças durante 5 horas seguidas, enquanto discutimos anedotas e trocadilhos de mau tom em relação às tripas, tendo o Goucha como banda sonora de fundo.

Quando o frio é património, Tony Carreira não se questiona.

Quando o frio é património tem de se subir ao monte para ter rede, acabando em amena cavaqueira com lobos e javalis acerca do quão mal a TMN serve as zonas de montanha.

Quando o frio é património, oferecem-nos um copinho de vinho se nos virem passar, mas acabamos a só sair de lá 3 horas depois, completamente bezanos e satisfeitos com mais um dia de trabalho.

Quando o frio é património, discutimos as diferenças entre um porco bísaro e os restantes.

Quando o frio é património, vemos cães do tamanho de porcos, porcos do tamanho de burros, burros do tamanho de cavalos...

Quando o frio é património o vinho é muito mau e o wiskey sabe bem.

Quando o frio é património, ver porcos a seres queimados vivos e carneiros a serem extripados à nossa frente é interessante.

Quando o frio é património está-se em Trás-os-Montes em trabalho de campo por duas semanas.

Wish me luck.

domingo, dezembro 10, 2006

Ideias para matar a prof.

Inspirada pelo post da Krystal, resolvi por uma folhinha a circular pela sala, numa aula especialmente insuportavel com uma professora muito pouco amada por todos... (os meus comentarios e os de outras pessoas estão entre [] )

Os resultados estao à vista:

- Mandar colocar veneno nas empadas que ela come todos os dias (empadeira)

- Pendurar aquelas coisas que se chamam (acho eu) bigornas??? pelo menos tem esta forma [desenho de uma bigorna] (whatever) e deixar cair em cima dela logo que começar a fazer a chamada.

- Obrigá-la a ouvir a Brilhante falar por horas e, quando estivesse atordoada, chamar o zé cabra para lhe cantar uma canção de embalar. Depois fechá-la numa cave para mais ninguém ter olhar para a cara dela, ou ouvir aquela voz irritante. (eventualmente ela há-de morrer de fome, non?) Ah! A cave não pode ter empadas.

- Fazer um relatorio da maneira seguinte: sempre falar em voz muito baixa com a parede, nao fazer pausas, não mostrar nem imagens nem datas importantes e quando ela quiser corrigir, dizer-lhe que nao é a altura dela falar! [até os alunos de erasmus a odeiam...]

- Algema-la à cadeira, pôr-lhe o retroprojector na cara com as nossas fotos e levantarmo-nos todos, indo até ela, gritando as peças que ela nos faz ler e gritando as nossas exposições até ela morrer de uma crise cardique. [mais amor vindo da Europa]

- Enfiá-la nestas janelinhas minusculas da sala, metade para cada lado e faze-la de comida para os gatos que passam no telhado! Nao, esperem, os gatos podem ter uma indigestão...

- Apertar-lhe os atacadores dos dois sapatos e fazê-la correr até à biblioteca como se fosse a Rosa Mota na maratona. E por cada vez que batesse com o nariz no chão, tinha de fazer uma análise de uma peça e qualquer um de nós tem o direito de lhe mandar murraças por cada pormenor errado (mesmo que nem soubessemos do que é que ela estava a falar)

- Voltar ao tempo da inquisição e denunciá-la. Pedem-se voluntarios para acender o fósforo. [ me, me, pick me!!!)]

- Despi-la e coloca-la no meio do conde redondo num sábado à noite com um livro de Oscar Wilde na mão. [admiro a tua coragem. Eu nem sou capaz de a imaginar nua, quanto mais de a despir!]

- Eu voto naquela recorrente prática de enterrá-la até ficar só com a cabeça de fora, sem óculos, e pontapeá-la até que ela implore tréguas e grite: "Sim, é verdade! Eu sinto alguma atracção pelo Miguel Ângelo [um aluno] e assusto-me sempre com tropeções perto de precipicios, o que me faz soluçar e gemer de susto!". Após isto, amarrá-la ao coliseu enquanto vê o show da floribela [que cruel! DESUMANO!] e depois confronta-la com a verdadeira necessidade de estudar Chrindberg!!! [mantive o erro porque suponho que tenha sido de propósito]

- Como estou, neste momento, com falta de humor, dar-lhe um tiro é o mais fácil e de preferencia acusar a coleccionadora de insectos mortos. [mais uma aluna]

- E que tal organizar um passeio ao Jardim Zoológico e "sem querer" empurra-la do teleférico para dentro do lago dos jacarés com um bife nas cuecas? Não há câmaras nos teleféricos.... [é uma boa ideia, mas acho que nao funciona... Nem os jacarés a papam...]


E pronto. Aqui está o fruto de uma aula extremamentre produtiva. Não sei se para pessoas de fora da turma tem muita piada (não deu para explicar muitas indirectas que há por aqui escondidas), mas foi uma boa maneira de passar tempo.


Agora já só faltam mais uns... 90 minutos...

HEEEEELLLLP! :S

quarta-feira, dezembro 06, 2006

A SUPREMACIA DO POST!!!

Vamos abalar as estruturas da inércia, dizer um redondo e absoluto não à estagnação (se alguém entender o porquê desta forma – o redondo – explicite), romper com os ditames da rotina e vamos postar qualquer coisa pessoal não??? (Reparem como a frase começa tão eloquentemente e acaba tão comunzinha e barata como a Fátima Felgueiras).

Este é um post que se dedica ao fim único de ser um post sem qualquer intencionalismo subjacente e como tal eu proponho que este seja eleito O POST! Como não poderia deixar de ser cá vai mais uma enumeração e listinha de todos os motivos que nos transcendem e conduzem-nos para o mundo superior da postagem (uma excelente aproximação ao português do acto de fazer um post). Ora cá vai ela:
1 – Este post foi eleito por mim como sendo O POST (este motivo vale per se)
2 – Um post que se procura explicar e falar de si próprio é apenas igualado ao nosso cérebro, a única estrutura do universo que se procura compreender a si própria.
3- O título tem grandiosidade
4 – Porque não??? (este motivo é sempre válido).

Este é um daqueles posts que evoluem do título em diante, o que significa que é uma divagação pegada sobre absolutamente NADA e se repararem nem sobre a supremacia do meu post escrevo mais e acabei de decidir que também não escreverei (evoco o ponto número 4 ) .
Se pensarmos que há pessoas que ficam doidas por pensar em nada compreendemos a profundidade deste tema que muitas vezes nos passa ao lado ou até o tratamos com certo desprezo. Vejamos:
- Se alguém diz que não está a fazer nada é visto com algum descaso ou até tido como preguiçoso, consoante o contexto.
- É muito fácil pensar em alguma coisa, mas é muito difícil pensar em nada, zero, nicles batatóide!!! Como é que não se pensa em nada??? Como é pensar em nada??? Isto porque quando nos dizem para não pensarmos num elefante laranja, ele vem logo à mente, mas quando nos dizem para não pensarmos em nada, nós não conseguimos ficar a pensar na total inexistência absoluta!
- Tudo surgiu do nada, ninguém o nega! Nunca ninguém o viu, pensou nele, tocou nele, o sentiu, mas ninguém dúvida da sua existência ou deveríamos falar da sua inexistência??? O nada existe? Não existe? É realidade, fantasia ou ausência de realidade?
- Costuma-se dizer “não podes saber tudo” será que se pode saber NADA???
- Porque é que a palavra para NADA também serve para a conjugação do verbo nadar???

As divagações sobre o NADA conduzem-nos se virmos a totalmente NADA. Como tal o NADA é circular e argumentações sobre o NADA serão igualmente circulares, nunca sairemos do NADA felizmente ou infelizmente resta saber. Podemo-nos perder no TUDO mas por vezes chegamos a algum lado, mas quanto ao NADA nunca chegaremos a lado nenhum, pois se nos cingirmos apenas a este apenas haverá mais NADA e mais e mais e mais.... NADA! Se eu olhar para o mapa de estradas (versão moderna online maporama btw) ou conduzir, irei eventualmente chegar a algum lado, mas o NADA não me conduz a nenhures, apenas à imensidão e opressão do vazio, em suma, apenas a ainda mais NADA! Acho que começo a entender porque é que há pessoas que enlouquecem a pensar nisto, é melhor parar senão ja não lêem é mais nada (como é que se lê nada?)

Considero que este post é completamente inútil como eu pretendia que ele fosse. Tenha a inutilidade o seu trabalho feito e sejamos felizes para sempre (ou até daqui a 5 minutos).

P.S. Tendo cumprido o meu trabalho de escrever um post e não dizer nada dizendo NADA considero-me realizada!