sexta-feira, novembro 17, 2006

Quero fazer uma queixa e ela não me deixa

Quando se recebe uma carta no correio do centro de desemprego a avisar que estamos inscritos para uma formação no dia tal ameaçam-nos que se não comparecermos, nos cortam o subsidio de desemprego a menos que apresentemos uma justificação bem credível como, por exemplo, um atestado médico.
Pois acontece que a minha mãe recebeu em duas semanas várias cartas a marcar duas acções de formação exactamente para o mesmo dia, depois a remarcar as datas mas ainda assim coincidentes e finalmente como se não bastasse, as cartas vinham endereçadas para todas as localidades menos onde efectivamente moramos.

Ora, visto nos ameaçarem que se não comparecermos ficamos sem subsidio e visto as cartas nem virem registadas senti-me na obrigação de reclamar, pelo que a secretária do atendimento geral achou muito boa ideia e até incentivou, passo a citar “ nem sequer sou eu a culpada por isso está a vontade não vai sobrar para mim. Acho que faz muito bem.”. Passando à frente os comentários a este comentário tão tipicamente português lá pedimos os papéis para uma reclamação formal após nos ter sido perguntado se queríamos fazer apenas uma sugestão ou uma reclamação mesmo.

Vem-nos trazer uns papéis para preencher que vi imediatamente se tratar de uma carta interna e não o típico livro de reclamações. Após ter alertado para este pormenor sou informada que a chefia não gosta de fornecer o livro de reclamações, o que ia originar problemas e que o tal livro se encontra na posse da directora do centro que só por acaso é psicóloga e nos iria dissuadir a apresentar a queixa. Pois muito bem, a minha vontade de apresentar queixa aumentou profundamente.

A secretária disse que só a minha mãe podia ir fazer a queixa. Lá subiu e como eu, de repente, me lembrei que estou num sitio público com vários andares de acesso ao mesmo público ninguém me poderia impedir de subir e lá vou eu.

Após ter ouvido um pouco da conversa que já nem sequer se focava na reclamação oiço a directora a dizer que então pronto, estava tudo tratado, ia escrever uma cartinha para o chefe a alertar da situação porque nem sequer era culpa deles ,era um empresa externa e tudo ficaria resolvido. Para mim não estava nada resolvido porque entre o dizer e o fazer vai muito e eu não queria que o problema ficasse resolvido internamente porque se for internamente fica na mesma trampa e ninguém faz nada.

Aqui começou o problema. Depois de eu ter insistido que queria o livro de reclamações ela disse-me que não valia a pena, o que só me fez ter mais vontade de pedir o livro. Ela diz que vai dar ao mesmo, porque aquela queixa ia para o chefe dela e ela estava a escrever uma carta ao chefe e eu perguntei-lhe “Então se é a mesma coisa deixe-me escrever a reclamação. Se diz que é a mesma coisa não se importa…”. A senhora lá insistia que era a mesma coisa, que ela era uma pessoa respeitável, era a directora (ao que eu disse “epa isso eu não sei se é ou não”, por mim até podia ser o papa lá por ser directora quer dizer alguma coisa?). E depois seguiram-se 12 pedidos meus do livro ao que ela dizia “sim, mas eu posso lhe ir buscar o livro” e nunca se mexia. Por ela, até estava a ser bastante atenciosa, porque tinha me aberto a porta para eu falar com ela e podia não o fazer (eu disse “mas a partir do momento em que é directora tem de me atender e se eu marcar uma reunião tem de me atender na mesma”). Eu disse que se ela não me desse o livro eu chamava a GNR ao que ela diz que até podia chamar o segurança… tipo da securitas… ao que eu disse que ele só me podia convidar a sair não me podia tocar e após a negação deste facto ela lá o aceitou. Depois ela disse que se quisesse até chamava ela a GNR eu disse força mas acho que ela não ouviu.
Disse que só tinha tido uma vez uma queixa e era de um doente psiquiátrico, ora aqui vemos e, a juntar com o aviso da secretária, a vontade de não deixar as pessoas fazer queixas e descredibilizar quem o faz.
Voltou a insistir que a reclamação ia para o chefe dela e quando a minha mãe perguntou qual a entidade para a qual ia a reclamação, lá mostrou o livro de reclamações e disse que antes ia para o ministério do trabalho e solidariedade mas agora não ia. Entretanto estávamos a ver o carimbo do ministério e de uma direcção regional qualquer de Lisboa e vale do Tejo, portanto não me parece que aquele seja o chefe dela. Claro que eu lhe esfreguei isto na cara enquanto ela dizia que aquele era o tal chefe directo.

À falta de argumentos ela lembra-se de dizer que eu não era utente do centro logo não podia fazer a reclamação. Ora isto é tão ridículo que dispensa mais comentários.

Estávamos nisto há uns 15, 20 mins. Não me deu o livro. Entretanto a minha mãe ia-a desculpando o que estragou um bocado digamos assim (para não dizer totalmente) a minha insistência.

Lição que aprendemos com isto: devia mesmo ter chamado a GNR como eu intencionava, na GNR disseram-me que eu não estava a invadir espaço nenhum dela, o segurança não me podia tocar, eu posso lá voltar, como tenciono, na 2ª feira para reclamar de hoje e segundo o GNR até posso reclamar de achar o chão feio. Se quando eu lá for ela não me der o livro eu chamo a GNR e se ela não quiser dar o livro na presença da GNR eles metem-lhe um processo em cima. Também não adianta reclamar dela directamente na GNR porque isto não é considerado crime e pelo que o guarda disse também não adianta mandar uma carta pra chefia dela porque o que raio é que eu vou reclamar – que ela não me quis dar o livro???

Espero 2ª ir mesmo lá fazer reclamação mas como sei que sou portuguesa, provavelmente na 2ª já não o terei vontade de fazer. Bah e bah só vos digo uma coisa: Portugal!!!

Dêem ideias, façam comments, sugestões and so on… (eu sei que está meio grande e mal escrito é só para não me esquecer de dizer tudo)

9 comentários:

Anónimo disse...

Vai na segunda! Eu só li o que escreveste e já me sinto revoltada, imagino a tua situaçao!

(será que deviamos criar um livro de reclamaçoes do Anita vai ao mel?)

KrystalNight disse...

lolol thx agrião :)é isso mesmo ja combinei. afinal ficou pra 3a mas n interessa o espirito mantem-se. Epa livro de reclamaçoes é melhor não, porque eu tenho tantas coisas pra reclamar k axo k n acabaria...

KrystalNight disse...

Bem lá fui eu hoje fazer a queixa, quando eis que`chego ao dito local e estava fechado. Parece que as pessoas só podem estar no desemprego entre as 9 da manhã e as 16 horas de cada dia. Como eram 16.45 lá tive de me contentar em voltar para trás. Acho que vou desistir pelo cansaço. Viva Portugal!

kadgi disse...

Lol, mais uma que vacila por cansaço. Este método tem surtido efeitos positivos à anos. Mais uma...

KrystalNight disse...

Epa eu gastei montes de gasolina e tempo, deixa-me que te lembre que tu disseste logo pra eu ficar em casa que nem devia ir portanto...
Tlv me dê na telha e vá la um dia qualquer que é mesmo o que eu devia fazer.

Anónimo disse...

NAAAAo Nao desistas!

KrystalNight disse...

Bem eu axo k volto la na 6a feira em face a novos dados que adquiri este fds. A luta continua!

Anónimo disse...

Forca Krystal,nao desistas!!

Anónimo disse...

Forca Krystal,nao desistas!!